sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sereiano

(Rosa Cardoso)

se escuta, sei que não vê
ainda assim o canto ressoa:


é o abismo,
de tantos acordes,
ecos e promessas
que a doce voz entoa.


ondas sinuosas
repletas de vazio.


incrustadas em silêncios,
tons quentes embalam
as antigas rochas pálidas
que atraem os corpos frios.


entre os cantos, que não vês
e a neblina dos meus desejos


teu doce engodo
afaga meus semi-tons
– suave desvario –
e transforma minha voz
em vagas de segredos.


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