(Jairo Alt)
Uísque, solidão e fumaça.
O cigarro companheiro.
O líquido que me estraga.
O matrimonio passageiro.
A luz que pouco ilumina.
A noite que se faz chama.
O sol que cega e contamina.
O escuro que se derrama.
A droga que me embriaga.
A lucidez que ensandece.
A realidade que me esmaga.
O surrealismo que padece.
O café pinhão amargo.
O noturno de Chopin.
O veneno degustado.
O fantasma Leviatan.
O silêncio que contemplo.
O estrondo que ensurdece.
A calmaria de um templo.
O espírito que emudece.
O crepúsculo que revigora.
O amanhecer que desperta.
O brilho intenso da aurora.
O entardecer que me liberta.
A nostalgia que dessedenta.
O instante que me mastiga.
A saudade que me alimenta.
Uma lembrança que castiga.
O amor não correspondido.
O ódio que chega e devasta.
O amor não compreendido.
O ódio que paira e se alastra.
O tempo que equaciono.
O presente que envelhece.
O futuro que eu visiono.
O passado que adormece.
A filosofia de vida.
O pleito da morte.
Uma luz rediviva.
O lampejo de sorte.
A poesia que salva.
A inspiração agigantada.
Nos conflitos d’alma,
Sai a poesia atormentada.
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