sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Diário de Um Ciclista

(Calaça)


O mar visto da pedra onde estou
transborda pelas manhãs
de peixes e pássaros

não eram minhas as mensagens
que recebia em garrafas na praia
mas com o tempo foram sendo
fiz verdades em garrafas de outros...

eu, que nunca tive um Deus
com quase meio século
descubro ser o meu Deus
o mar.

Temperamental e traiçoeiro...

às vezes manso como um cordeiro
dissolve-se em sal no azul do céu
enquanto gaivotas, voam penas
feito folhas.

Ateei fogo ao passado
para dormir em travesseiros de cinzas
e da ilha dos sonhos
engolido pelo pôr do sol
nunca mais voltar.

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