quinta-feira, 1 de março de 2012

INDECISÕES

(Eduardo Perrone)

Pratico a arte absurda
Da racionalidade absoluta,
Que cobiça o Premio Nobel,
E que não chega
A parte alguma.


Em suma...
Acho que fui um babaca
A vida toda.


Fico aqui pensando
E coçando os culhões,
Quais forma as causas
Dessas minha indecisões
Que, como já disse,
Não me trouxeram nada
Além de risos
Que ri de mim mesmo.


Em suma...
Acho que vivi a esmo
A vida toda.


Talvez uma certa dose
Inconfessável de machismo,
Quiçá, mesmo esse tal achismo
Tão na moda.
É vida, e é a roda,
Que me gira bem na frente,
Rodando de um jeito diferente
Que machuca tanto.

Em suma...
Acho que abafei o pranto
A vida toda.



Vamos , então, combinar:
A vida vai passar.
A raiva vai passar.
E talvez a gente
Nunca consiga entender...
Porque eu decidi matar você,
Usando apenas umas letras
Meio tortas.
Foram vidas
Que já nasceram tortas.
A minha e a tua,
E, na verdade
Uma verdade nua,
Que se despiu diante de nós,
Antes que tivéssemos tido a coragem
De levantar a voz,
Para pedir que ela
Se vestisse.


Em suma...
Acho que erramos tudo
A vida toda.

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